02/06/2011

Consequências de poucas horas de sono

Depois de uma noite em branco, muitos acreditam que, após várias horas de sono, o corpo recupera. Contudo, um estudo publicado na revista "Science of Translational Medicine" desmistifica a ideia: quem dorme pouco de forma continuada ou trabalha à noite pode sofrer falhas no rendimento do cérebro, que perduram mesmo após muitas horas de descanso.

A questão interessa especialmente às pessoas que não respeitam o ciclo circadiano (período de 24 horas sobre o qual assenta o ciclo biológico do corpo humano determinado pela luz solar). No estudo liderado por Daniel Cohen, especialista em medicina do sono no Brigham and Women's Hospital de Boston (EUA), nove pessoas saudáveis dormiram 10 horas de sono por cada 33 horas acordados, ao longo de 38 dias. A privação aguda de sono (durante o dia) e a restrição crónica do descanso (ao longo de dias) foi analisada: se nas primeiras horas após o despertar o rendimento parecia normal, o desempenho e a concentração dos indivíduos ia-se deteriorando dia após dia.

"É normal que as pessoas tenham períodos mais longos de sono ao fim-de-semana e nas férias e mais curtos durante a semana laboral. Nessas condições, os que sofreram a restrição de sono podem ter a falsa sensação de recuperar este défice ao ter um bom rendimento nas primeiras horas após um período de sono normal", notam os autores. Mas o cansaço acumulado não desaparece e, à noite, o risco de adormecer sem dar por isso é quase certo.


Mariana

Sem comentários:

Enviar um comentário